O aumento da taxa Euribor que tem acontecido nos últimos meses está a fazer com que as prestações dos créditos à habitação atinjam valores, em muitos casos, incomportáveis.
São várias as soluções que cada família pode escolher para fazer frente a esta situação, conforme aquilo que estiver ao seu alcance. Contudo, uma das alternativas mais eficazes para travar a subida das mensalidades é, sem dúvida, a amortização, parcial ou total, do montante em dívida. Recurso utópico para uns, mas viável para outros: cada um decide por si próprio.
Se estiver no ponto em que tem algum montante poupado e disponível para efetuar uma amortização, é natural que lhe surja uma dúvida legítima: amortizar já ou investir para fazer crescer o bolo e amortizar mais tarde?
Na verdade, não há uma resposta certa a esta questão. Cabe a cada um fazer as contas de forma a perceber o que lhe é mais compensatório, tendo em conta que ter o dinheiro parado é que é, logo à partida, uma má decisão.
A subida da Euribor não tem só consequências negativas, pois é graças a ela que os Certificados de Aforro voltaram a poder ser vistos como um produto de investimento viável. Mas será viável ao ponto de compensar mais investir em Certificados de Aforro do que amortizar o crédito à habitação? Vamos ajudá-lo a fazer as contas.
Exemplo de investimento em Certificados de aforro
Vamos assumir que, neste momento, a Euribor está a 3,5%, e o seu contrato de crédito tem um spread de 1%; isto significa que a taxa de juro que está a pagar ao banco é de 4,5%. Pegando nos mesmos dados, podemos assumir que os Certificados de Aforro estão a render o máximo possível, que é 3,5%. A partir do segundo ano beneficia de um prémio de permanência de 0,5%, logo o rendimento total passa a ser de 4%. Ora, perante estes valores, facilmente se percebe que, neste caso específico, compensa mais amortizar o crédito, pois está a pagar mais ao banco do que aquilo que os Certificados de Aforro lhe pagam a si. Além disso, o valor poupado estende-se ao longo de todo o crédito, nas prestações que ainda restarem. É poupança sobre poupança.
Ponha em cima da mesa o valor poupado anualmente no seu caso específico, e simule o rendimento do mesmo se investido em Certificados de Aforro. Tenha em conta que o rendimento obtido com os mesmos é taxado a 28%, valor esse que vai para o Estado.
Atenção! O que queremos transmitir é a forma calcular qual das opções é mais vantajosa num determinado momento. Tenha em conta que as taxas são variáveis, logo o que é verdade hoje, amanhã pode já não ser. Faça sempre os cálculos por si próprio, e se necessário recorra a um dos diversos simuladores que facilmente encontra pela internet fora. Pode haver momentos em que a decisão seja mais emocional do que científica, e não há nada de errado com isso. Errado é ter o dinheiro parado, a desvalorizar com a inflação.