A enorme subida da taxa Euribor que se tem verificado nos últimos meses tem-se feito sentir da pior forma no seio das famílias portuguesas.
São muitos os que, perante um cenário em que se tornou incomportável fazer face ao pagamento da prestação da casa, optaram por soluções alternativas, a venda do imóvel foi uma delas… Apesar de não ser, de todo, a resposta ideal para o problema em mãos, muitas vezes é mesmo a única, infelizmente…
Por outro lado, uma gestão financeira mais cuidada está a fazer com que seja possível para muitas famílias suportar o custo extra inesperado. É certo que, no final do mês, a margem de manobra é curta quando comparada com a de outros tempos (não muito distantes), mas mesmo assim consegue-se levar tudo a bom porto.
Felizmente, há um terceiro cenário, talvez o mais agradável de todos. De forma a manter o nível de vida faceado com o que se vivia até então, muitas famílias escolheram recorrer às suas poupanças e utilizar o valor acumulado para amortizar o crédito à habitação. Assim, o valor em dívida baixou, e consequentemente os juros e o respetivo impacto da Euribor também.
O que é a amortização?
Amortizar é nada mais é do que liquidar montante em dívida, total ou parcial, antes da data prevista de fim do contrato. Podemos encarar, para todos os efeitos, as prestações mensais como amortizações regulares. Contudo, como é do conhecimento comum, nem todo o montante das prestações mensais é abatido ao valor em dívida: uma parte destina-se a essa finalidade, enquanto outra é referente aos juros.
Contrariamente a este cenário estão então as amortizações voluntárias, nas quais todo o dinheiro usado serve para diminuir o total em dívida. Porém, esta operação não é isenta de custos…
Nos créditos à habitação com taxa fixa a comissão de amortização é de 2%, ou seja, 20€ por cada 1000€ amortizados. Já nos créditos com taxa variável a comissão diminui para 0,5%, o que se traduz em 5€ por cada 1000€ amortizados. Felizmente, uma medida de apoio do governo determinou que, até final de 2023, os créditos constituídos com taxa variável estão isentos do pagamento da comissão de amortização antecipada. Perante este cenário, esta pode ser uma boa altura para aplicar as suas poupanças nesta finalidade.
Como amortizar o crédito à habitação?
Para começar, importa referir que não há um valor mínimo de amortização. Quanto mais amortizar, menos fica a dever, logo menos juros lhe serão cobrados, o que resulta numa prestação menor. É uma relação direta.
Para levar a cabo esta operação deve contactar a entidade bancária com a qual tem o crédito contratado com, pelo menos, 7 dias úteis de antecedência. A data de amortização deverá coincidir com a data de pagamento da prestação mensal, contudo os procedimentos mais específicos ser-lhe-ão facultados pelo banco.
Não há um limite para o número de amortizações que pode fazer durante o período do empréstimo. A única coisa que deve ter em conta é se lhe compensa mais amortizar ou investir o montante em causa noutro produto. Faça os cálculos necessários e decida em consciência.
Recentemente escrevemos um artigo(pode ler aqui) que o pode ajudar a decidir se deve amortizar o seu crédito ou, por exemplo, investir em Certificados de Aforro.