Se está a pensar em comprar casa, com recurso a um crédito à habitação, é normal que esteja indeciso em vários fatores, sendo certamente um deles a taxa a escolher. Afinal, perante a conjuntura atual, qual a melhor decisão: taxa variável ou taxa fixa?
Reunimos alguns argumentos e características quer de um cenário, quer do outro, no sentido de o ajudar a fazer a escolha mais adequada possível.
Taxa variável: pagar menos nuns meses, pagar mais nos outros…
Como o próprio nome deixa antever, a taxa variável é aquela que oscila durante o período do contrato. Esta taxa nasce da soma do spread, que é basicamente a margem de lucro do banco, com a Euribor, cuja maturidade pode ser de 3, 6 ou até 12 meses. Assim, consoante a maturidade da Euribor selecionada, a mesma é revista a cada 3, 6 ou 12 meses, e, como consequência, nessa ocasião a prestação mensal vai subir ou descer, refletindo os valores à altura. Até nova revisão a prestação manter-se-á inalterada, naturalmente. No que diz respeito ao spread, o mesmo é fixo e o seu valor é negociado aquando da formalização do crédito à habitação. Contudo, há bancos que fazem depender o spread do cumprimento de certas condições, como por exemplo a contratação dos seguros obrigatórios ou a utilização de cartões de crédito, por exemplo. Assim, caso tais condições deixem de se verificar, o banco poderá estar no direito de rever o spread, com prejuízo para o cliente.
Taxa fixa: a segurança de saber sempre quanto vai pagar
Contrariamente à taxa variável, a taxa fixa não oscila ao longo do período de vigência do financiamento. Podemos olhar para esta opção como algo semelhante ao que acontece com a maioria dos créditos automóvel: na altura da compra, o cliente recebe a simulação com a taxa de juro que a entidade financeira aplicar, o que resulta numa determinada prestação mensal. Assim, o cliente sabe que, até a viatura ficar paga, é sempre aquele o montante que lhe vai sair da conta, mês após mês, aconteça o que acontecer. Ora, nos créditos à habitação com taxa fixa o cenário é em tudo semelhante. A instituição de crédito determina uma taxa de juro, tendo em conta diversos fatores, sendo que, por norma, a mesma já inclui um valor semelhante ao do spread que existe na taxa variável. A mensalidade respetiva é apresentada ao cliente e, caso o mesmo a aceite, ficará a pagar o seu montante até a dívida ficar totalmente saldada, aconteça o que acontecer.
Qual compensa mais?
Sendo mais elevada a prestação dos créditos com taxa fixa, comparativamente à que se verifica nos contratos associados a taxa variável, facilmente se poderia concluir que o cenário mais apelativo é efetivamente este último. Contudo, a constante subida dos juros, verificada nos últimos tempos, tem feito com que esta diferença seja cada vez menor. Ainda assim, continua a ser mais barato optar pela taxa variável – mas este cenário poderá inverter-se…
A segurança de saber sempre com o que contar, ou seja, a segurança associada à escolha da taxa fixa, tem o seu preço… Por outro lado, se a Euribor descer, a sua mensalidade não diminuirá… Pode então concluir-se que não há uma resposta certa à questão acima, cabendo a cada um fazer contas e decidir em que cenário se pretende inserir.