O desemprego é uma daquelas situações pelas quais nos arriscamos a passar, seja em que altura da vida for. Na maioria das vezes é impossível prever ou até mesmo prevenir estes casos, que têm o potencial de afetar significativamente a nossa vida pessoal e familiar, mas sobretudo económica.
Crédito pessoal no desemprego: realidade ou ficção?
Perante a adversidade, não é incomum um cidadão desempregado ver-se num ponto em que precise de recorrer a um financiamento. Seja para fazer face a uma despesa inesperada, criar um negócio (e consequentemente um emprego) ou até mesmo reorganizar a sua vida, o crédito pessoal pode ser a solução mais rápida e eficaz. Porém, a maior garantia de pagamento que qualquer entidade financeira exige é, sem sombra de dúvida, a existência de um vínculo laboral efetivo, comprovado pelo respetivo recibo de vencimento ou declaração de efetividade da entidade patronal. Sendo esta premissa impossível de cumprir por parte de um desempregado, será que há forma dele obter um crédito pessoal? A resposta é: não…
É virtualmente impossível para um cidadão obter um crédito pessoal no desemprego, independentemente da finalidade do mesmo. Isto porque, perante o credor, simplesmente não existe um meio de garantir que o montante em dívida vá ser pago. O cidadão visado pode até alegar que se encontra a receber o subsídio de desemprego, e que o mesmo é sinónimo de rendimento fixo; ora, isto não deixa de ser verdade. Contudo, o subsídio de desemprego é temporário, e não há como garantir que, após o término do mesmo, a pessoa desempregada consiga arranjar um emprego que lhe permita assegurar a liquidação da dívida vigente com sucesso. Dessa forma, e tendo em conta o risco associado, não espere encontrar nenhum banco ou entidade financeira que estejam dispostos a corrê-lo.
Existem alternativas, mas tem de as saber escolher
Se pesquisar sobre este tema na internet é natural que acabe por encontrar páginas de entidades que afirmam conseguir financiamentos para desempregados. Se isso acontecer, fique alerta: não caia no conto do vigário.
A maioria destas entidades não tem certificação do Banco de Portugal que as autorize a conceder financiamentos. Por norma, tratam-se de créditos particulares sem qualquer tipo de legislação, aproximando-se em alguns casos de agiotismo. Os envolvidos apercebem-se do desespero das pessoas e tiram proveito dele, da pior forma possível. Não caia nestes esquemas. Pode até parecer que tem em mãos a solução para todos os seus problemas, quando na verdade está a acrescentar mais alguns à sua lista.
Uma solução mais apropriada é a renegociação dos créditos em dívida. Deve contactar as entidades financeiras envolvidas, e junto delas renegociar soluções que contemplem a diminuição das prestações mensais. Debata a possibilidade de prolongar o prazo de pagamento, diminuir as taxas de juro ou outras despesas, e até mesmo criar um período de carência. Pode também considerar um crédito consolidado, no qual junta todos os seus financiamentos com vista a obter uma prestação única, normalmente mais baixa.
Numa situação de desemprego acabam por ser os amigos e familiares aqueles que têm maior potencial para nos conseguir ajudar. Em caso de necessidade, não hesite em falar com eles primeiro. Por vezes a solução está mais perto e é mais fácil do que aquilo que esperamos.