No seio dos consumidores, é prática bastante comum o recurso ao crédito nas mais diversas situações: seja num momento de maior aperto ou imprevisibilidade, para efetuar a compra de um bem de elevado valor, ou simplesmente para ir de férias. Nestas alturas, são muitos os que optam por recorrer a empresas que publicitam serviços de intermediação de crédito, que não raras vezes promovem condições e facilidades bastante atrativas para o público-alvo.
O que são intermediários de crédito?
Como o próprio nome indica, intermediários de crédito são entidades que auxiliam os consumidores através da mediação de todo o processo de cedência do empréstimo, atuando e podendo celebrar os contratos em nome da instituição financeira que concede o financiamento em si.
Além de tratarem de toda a burocracia inerente a este tipo de questão, tal como a seleção da documentação e informação necessárias para levar o processo a bom porto, as empresas intermediárias de crédito prestam, na generalidade, serviços de consultoria aos clientes, através dos quais os ajudam a escolher a melhor solução para o caso em mãos. Isto é possível porque a maioria destas entidades trabalha com várias instituições financeiras, podendo dessa forma apresentar facilmente aos clientes um leque de opções variado, sem necessidade dos mesmos se deslocarem a cada uma das instituições individualmente. Desta forma, os clientes poupam tempo e dinheiro, e ainda contam com ajuda e aconselhamento personalizados.
Importa mencionar que as empresas intermediárias de crédito têm obrigatoriamente de estar registadas no Banco de Portugal e precisam de autorização do regulador para exercerem a atividade. Com isto em mente, verifique sempre se o intermediário a que está a pensar recorrer cumpre estes requisitos.
A intermediação de crédito é um negócio em expansão
Atravessamos atualmente uma altura em que muitas sucursais bancárias estão a fechar, e consequentemente os seus colaboradores enfrentam situações de despedimento coletivo. Esta questão leva à quebra de laços entre os bancos e os consumidores finais, motivo pelo qual estes últimos acabam por recorrer aos serviços de um intermediário de crédito local. Quer se queira ou não, a proximidade ainda pesa muito para os portugueses, e com sentido.
Outra razão que motiva a abertura de cada vez mais empresas intermediárias de crédito é a própria conjuntura económica atual. O constante escalar das taxas de juro está a obrigar muitas famílias a reverem os seus créditos à habitação, e estas empresas, pelos motivos acima descritos, podem ter um papel determinante na escolha da nova instituição bancária.
Como ganham dinheiro?
Contudo, esta atividade é um negócio como outro qualquer, e precisa de rendimento para subsistir. Sendo os serviços prestados maioritariamente gratuitos para o cliente, como é que as empresas intermediárias de crédito sobrevivem?
A resposta é simples: recebem comissões consoante os contratos de crédito celebrados, pagos pela entidade financeira em questão. Isto é válido para os intermediários de crédito vinculados e a título acessório, uma vez que há que ter em conta que existem também não vinculados, sendo os serviços destes pagos pelo cliente e não pela instituição bancária.
Em termos percentuais, o valor que um intermediário de crédito recebe depende muito da sua relação e do contrato celebrado com a instituição financeira, não havendo directrizes gerais pré-estabelecidas, mas de forma geral para um crédito habitação a comissão ronda os 1,5% e no caso de crédito ao consumo ronda os 8% do lucro do banco.
As empresas intermediárias de crédito devem ser vistas como opções de ajuda viáveis e potencialmente muito úteis, contudo selecione a sua com o máximo de rigor e cuidado: tenha sempre presente que lhe vai transmitir informações pessoais, que merecem ser tratadas dignamente.